Última reflexão da nossa série sobre identidade cristã à luz da Bíblia, com representações em filmes populares. Hoje vamos falar sobre um desenho recente, a história de uma guerreira que enfrenta o oceano para cumprir com sua missão. Vamos falar sobre Moana.
A jovem, impulsiva e determinada Moana é filha de Tui, chefe de uma aldeia que vive em uma bela ilha. Quando criança, Moana tinha uma profunda ligação com o mar – indícios de seu chamado para navegar o oceano – e, em uma das ocasiões em que brincava na praia, a menina encontra o coração de Tefiti (uma pedra preciosa perdida há milênios).
Quando chega à juventude, a menina deixa para trás sua família, sua aldeia e toda sua segurança e vai atrás de Maui, um guerreiro que deve ajuda-la em sua missão: devolver a joia para Tefiti (uma outra ilha) e, assim salvar seu povo. Acontece que, embora tenha começado a jornada extremamente focada em seu objetivo, aos poucos a garota vai perdendo seu foco: quer mostrar a Maui sua competência como velejadora e a seu pai que estava certa em se aventurar. Dia após dia, a criança tão conectada a seu chamado se perde.
É apenas após ver suas tentativas vãs de auto justificação fracassam que Moana se questiona “Quem sou eu?” Sozinha, cansada e decepcionada consigo mesma, a menina enfrenta sua insegurança e coloca sua própria identidade em xeque.
A canção que Moana entoa a ajuda a se dura viagem, foram deixadas para trás. Diante das dificuldades da jornada, Moana se esqueceu gradativamente de quem era – e nós também fazemos isso, todos os dias, sem nem perceber.
A missão que Deus dá a cada um de nós é infinitamente mais valiosa do que a de Moana: ao invés de restaurar o coração de Tefiti, Ele nos chama a anunciar o Evangelho a toda criatura vida e, por meio dele, ver corações serem transformados por Cristo. Que nobre missão nós temos!
Mas muitas vezes, diante das dificuldades que encontramos no “mar da vida”, nos desesperamos. Ao invés de buscar os propósitos de Deus, buscamos realizar nossos próprios desejos. Moana não queria apenas salvar Tefiti, mas principalmente, provar seu valor para seu pai e para Maui. Seu desejo pela aprovação das pessoas a distanciou tanto de sua verdadeira identidade quanto de sua verdadeira missão.
O que Ele nos diz hoje é: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” – 1 João 4:10. Ao contrário de Moana, que buscava seu valor em seus próprios feitos, seja humilde como uma criança para aceitar que nosso valor e nossa identidade nos são dados gratuitamente pelo que Ele fez na cruz por nós!
Júlia de Oliveira
É membro da Ibesp e da liderança dos jovens. É autora do livro Como Folhas Secas da editora Talentos da Juventude Brasileira e atualmente está no 4º semestre do curso de jornalismo na faculdade Cásper Líbero.