“Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” - Isaías 57.15.
Um grande avivamento não é caracterizado pelos sentimentos das pessoas, mas pelo interesse que têm em Deus. Não é sua “espiritualidade” ou suas manifestações espirituais que identificam um verdadeiro avivamento.
Ao mesmo tempo a falta de um avivamento indica uma vida e existência ao caminho da morte. Como estamos falando do relacionamento com Deus podemos ver na história o povo de Israel sustentando sua religiosidade, mas sendo condenado por Deus, o que indicava a necessidade de um avivamento. Quando isso aconteceu (2Reis 22-23) podemos notar a diferença na vida do povo. Isso influenciava sua vida comum, uma vez que não é possível separá-la da vida espiritual.
Quero destacar algumas características ou atitudes nos movimentos onde as pessoas buscaram sinceramente a Deus e experimentaram um avivamento verdadeiro, que influenciou a história dos cristãos até o dia de hoje, como o puritanismo e o pietismo.
Uma das principais características é o foco da vida em Deus e não no homem mudando inclusive o evangelismo de “o que o homem precisa fazer” para “o que Deus fez e tem feito”.
Mesmo nas doutrinas mais extremistas da Soberania de Deus o evangelismo foi outro marco do avivamento. Tinha-se muito para falar sobre Deus, seus planos, seu amor, sua misericórdia, e até mesmo de sua justiça e ira.
Saber o que falar foi marcante, mas não impulsionado pelo estilo de autoajuda de hoje. O evangelismo e a fé vivida pelos cristãos foram baseados no estudo das Escrituras, o que é desprezado hoje em dia notoriamente pelas igrejas que não oferecem opções, nem estimulam seus membros a lerem (ao contrário, preferem a ignorância) e pela condição individual de cada cristão no seu próprio interesse em ler, conhecer, e viver o ensino das Escrituras.
Outras características incluem a oração pessoal e da Igreja, os grupos pequenos de estudo e oração, a percepção de Deus presente na vida comum, o culto em família, etc.
Cristãos não aceitam uma vida morna (Ap. 3) ou falsa, nem se iludem achando que chegarão a uma condição de perfeição (Fl 3.12). Reconhecem que muitas vezes estão abatidos e assim chegam também à contrição, e que aí é possível viver o avivamento oferecido pelo próprio Deus.
Pr. Wagner Köhler