Ainda que eu não seja praticante da arte da pescaria sempre gostei de duas ou três oportunidades no ano para dedicar-me a essa atividade. Tive minhas tralhas, e também as preferências por local, horário, e outras coisas, mas percebi que os peixes é que não tem preferência por mim. Mesmo assim, amo pescar e depois preparar o pescado; por isso tantas preferências. A alegria da pesca não está somente em tirar o peixe da água, mas leva-lo, prepara-lo e deliciar-me na companhia de amigos para quem eu possa contar como se deu aquela “enorme” conquista.
Então aqueles programas que mostram os peixes que eu sempre procurei sendo pescados e depois entregues novamente à água me dão uma sensação de desperdício. Pescar por pescar para alguns é até malvadeza. Em alguns casos eu queria estar lá com aquele pescador para pleitear a próxima refeição.
Na pesca eu tiro os peixes para a minha refeição, mas no evangelismo aprendemos que tirar almas do lamaçal do pecado é dar-lhes vida. Pregar para alguém e não desenvolver o discipulado é como tirar o peixe da água e depois devolvê-lo. No caso da pescaria quem perde sou eu, mas no do evangelismo quem perde é a pessoa.
O discipulado é o cumprimento de Mateus 28.19-20 quando a preocupação de Jesus é para que se fizesse uma evangelização completa, falando daquilo que interessa ao perdido, mas falando também de quem realmente é Deus, da Aliança, e das consequências de não se sujeitar a Ele. O discipulado é o verdadeiro trabalho de tirar as almas do reino das trevas e as apresentamos à vida (Colossense 1.13).
Kevin DeYoung fala em seu editorial no site da Editora Fiel: “Visto que o inferno é real, temos de preparar as pessoas para morrerem bem, muito mais do que nos esforçamos para ajudá-las a viver confortavelmente. Visto que o inferno é real, nunca devemos pensar que aliviar os sofrimentos na terra é a coisa mais amável que podemos fazer. Visto que o inferno é real, a evangelização e o discipulado não devem ser marginalizados como tarefas importantes que são equivalentes a pintar uma escola ou produzir um filme”.
Há uma mensagem completa a ser vivida e ensinada. Veja as pessoas que Deus tem colocado ao seu lado. Seja um pescador de almas (Marcos 1.17) e ensine-as como Paulo: “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo” – 1 Coríntios 11.1.
Pr Wagner Köhler