A Páscoa Cristã

A Páscoa é uma das muitas coisas importantes da vida cujo significado foi esquecido, não se sabe, ou simplesmente é ignorado.

Ainda que a Igreja se esforce para manter os valores eternos a respeito da Páscoa, quando perguntarmos para as crianças o seu significado podemos perceber que elas não receberam a devida importância, mas sabem explicar muito bem a ideia de Páscoa que prevalece nos comerciais de televisão e nos panfletos de supermercado.

Dois grandes erros são cometidos: a verdade e o significado da Páscoa não são ensinados e uma grande mentira é aceita sem questionamentos.

Deveria ser chocante ver alguém explicando para uma criança que coelhos põem ovos de chocolate. Mas essa mentira tão “inocente” é utilizada na intenção de criar nos corações humanos um pouco de felicidade e esperança.

Para as crianças, e porque não para muitos adultos, a Páscoa é a época de ganhar “ovo de páscoa”, o que as deixam cheias de expectativas e ligadas nos comerciais a procura do ovo ideal. E todos esperam que elas fiquem felizes e satisfeitas emocionalmente, e procuramos não pensar em quantas crianças que não ganham esses ovos estão decepcionadas, tristes, e sem esperança, e nas consequências que virão.

 Essa mentira é levada tão a sério que, pelo menos no Brasil, quase a totalidade das escolas a ensina para as nossas crianças, ainda que se considere um país cristão. Tão logo haja uma tragédia esses “cristãos” perguntam: onde está Deus?

Será que Deus considera inocente uma mentirinha? Será que a nossa justificativa de alegria e esperança para o mundo resolve a questão do pecado de sustentarmos essa mentira e da omissão da verdade? Como cristãos, por que aceitamos conviver com a verdade e a mentira ao mesmo tempo sobre esse e sobre outros assuntos?

A Igreja realmente almeja levar alegria esperança para as pessoas, e muito mais para as crianças, por isso nos importamos tanto em ensiná-las sobre a verdadeira história da páscoa e seu significado hoje.

Visualize aquela manhã quando muitos acordaram com seu filho primogênito morto (Êxodo 12). Então choro e lamento passam a ser ouvidos pelas ruas.  A notícia espalha e mães acordam assustadas e levantam desesperadas para ver se seu filho foi poupado. Mas só estão vivos os que passaram o sangue do cordeiro nos umbrais das portas. E nas famílias israelitas que obedeceram há verdadeira alegria e esperança. Não havia mentira no que Deus ensinou e os que creram alcançaram verdadeira felicidade e libertação.

Quando Cristo, no dia em que se comemorava a Páscoa e a vida que Deus concedera aos que haviam crido e obedecido, se entregou por nós e tornou-se o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29) trouxe verdadeiro livramento da morte, mas também apenas aos que crerem e obedecerem. É necessário que esse sangue seja passado no batente da porta do nosso coração, ficando evidente para quem quiser ver que temos uma aliança com Ele. E podemos viver todos os dias como Israel viveu aquela noite, nos alimentando espiritualmente desse Cordeiro e vivendo em família, cheios de esperança, sabendo que ao amanhecer estaremos totalmente livres, e em meio a tanto choro e desespero ao redor nós estaremos completamente felizes.

Comemorar a Páscoa é lembrar de Cristo e de sua obra por nós. É viver novamente toda a dor e paixão de Cristo, sua entrega, mansidão, e amor, bem como sua ressurreição e vitória definitiva sobre a morte e a garantia para nós de vida completa agora e eternamente.

A Páscoa do Coelho é uma mentira valorizada e ensinada pelo mundo que continua enfrentando a dor e a morte todos os dias. Nós celebramos a Páscoa do Cordeiro de Deus, e ainda que comamos os ovos de chocolate sem problemas, celebramos a vida, a alegria, a verdade e a libertação eternas. 

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